A propósito do último post do
abrupto, com o qual concordo, resolvi aplicá-lo a outros casos de desinformação. Aqui fica:
Ao lerem o Luís Delgado (director da LUSA) para procurar "informação", as pessoas caem num logro. O Luís Delgado não tem informação, tem desinformação, o que é uma coisa completamente diferente. Desinformação, uma arma muito usada pelos serviços secretos americanos que são especialistas na matéria, e que polícias e agentes secretos conhecem bem, consiste numa mistura cuidadosamente doseada de factos verdadeiros e falsos, de insinuações e meias-verdades com verdades inteiras, tendo como objectivo determinados resultados. Ou atingir determinadas pessoas, ou condicionar as investigações, ou descredibilizar a justiça, ou facilitar a defesa, ou dificultar a acusação. O Luís Delgado vem do interior do processo ou das suas adjacências e é uma actividade interessada, e torna os que o leêm e o publicitam em partes no processo de guerra no Iraque. Não há um átomo de inocência em tal actividade, que joga com instintos populistas e voyeuristas e a ingenuidade de muitos, para obter resultados. Quer pôr-se a milhas dos jogos sujos do processo da guerra do Iraque? Não o leia, não há nenhuma informação para si, só manipulação.
Quem pensa que consegue separar dali as verdades da ganga da mentira, é um ingénuo. Não só não tem a preparação, a qualificação e as informações que são necessárias para essa operação. Também aqui os especialistas estão nas polícias e nos serviços secretos que têm a capacidade para analisar a única verdadeira informação que este tipo de produtos contém: a da sua intencionalidade. Quem o fez e porque o fez.
As pessoas tornam-se colaboradoras do Luís Delgado (ou dos Luises Delgados) porque inevitavelmente vão acabar por interiorizar o que lá está e lhes parece verdadeiro, ou porque o suspeitassem, ou porque lhes parece plausível. E vão acabar por repeti-lo, infectando mais gente com boatos e calúnias, realizando o único objectivo do Luís Delgado que não é "informar" os portugueses de algo que lhes escondem, mas manipular a sua opinião a favor de uma tese sobre a guerra do Iraque. As pessoas tornam-se parte de uma arma e essa arma dispara.