“Caro Sr. Primeiro Ministro Em cada 100€ que o patrão paga pela minha força de trabalho, o Estado, e muito bem, tira-me 20€ para o IRS e 11€ para a Segurança Social. O meu patrão, por cada 100€ que paga pela minha força de trabalho, é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75€ para a Segurança Social. E por cada 100€ de riqueza que eu produzo, o Estado, e muito bem, retira ao meu patrão outros 33€.
Cada vez que eu, no supermercado, gasto os 100€ que o meu patrão me pagou, o Estado, e muito bem, fica com 19€ para si.
Em resumo: - Eu pago e acho muito bem, portanto, exijo: um sistema de ensino que garanta cultura, civismo e futuro emprego para o meu filho. Serviços de saúde exemplares. Um hospital bem equipado a menos de 20 km de minha casa. Estradas largas, sem buracos e bem sinalizadas em todo o País. Auto-estradas sem portagens. Pontes que não caiam. Tribunais com capacidade para decidir processos em menos de um ano. Uma máquina fiscal que cobre igualitariamente os impostos. - Eu pago, e por isso quero ter, quando lá chegar, a reforma garantida. E jardins públicos e espaços verdes bem tratados e seguros. Policia eficiente e equipada. - Os monumentos do meu País bem conservados e abertos ao público. Uma orquestra sinfónica. Filmes criados em Portugal. E, no mínimo, que não haja um único caso de fome e de miséria nesta terra. - Na pior das hipóteses, cada 300€ em circulação em Portugal garantem ao Estado 100€ de receita. Portanto Doutor Durão Barroso, governe-se com o dinheirinho que lhe dou porque eu quero e tenho direito a tudo!
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"(...) porque Cavaco simboliza aquilo que mais náuseas me provoca: a banalização de tudo, o sucesso ranhoso e vazio, o atropelo dos valores e das pessoas, o autoritarismo descabelado, a demagogia, o nacional-carreirismo e os favores, a aldrabice e a cunha, a indiferença, o elogio da pirosice, a ignorância e a escandalosa nulidade cultural, etc, etc..." Al berto, "NEM MAIS - jornal do movimento de jovens apoiantes incondicionais de sampaio", 1995