Já tinha lido o texto do
Miguel Vale de Almeida sobre a alteração à Lei da IVG que o
Carlos vem relembrar.
Concordo com a essência da argumentação menos no ponto em que se escreve:
"E reconhecendo um outro problema político: tendo havido referendo, e mesmo sem ter sido vinculativo, a legitimidade política da alteração da lei seria reforçada se tal se conseguisse através de novo referendo"Ora no referendo apenas 1.356.754 eleitores votaram contra as alterações propostas, no quadro de 8.496.089 cidadãos inscritos. Reconheço a quem votou no NÃO uma legitimidade eleitoral mas nunca (e após sete anos) uma legitimidade política. Houve, naquele referendo, uma parte dos cidadãos eleitores que votaram SIM (15,40%), outra que votou NÃO (15,95%) e uma enorme maioria que entendeu não participar (68,11%). Não querendo filosofar sobre o sentido de voto de quem não votou, o meu entendimento é que a verdadeira legitimidade política está do lado daquela enorme maioria que entendeu abster-se.