As eleições presidênciais têm retirado protagonismo às eleições autárquicas, o que é uma pena pois as Assembleias Municipais, Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia são das instituições mais próximas do cidadão, na nossa arquitectura constitucional. Isto reflecte-se ano após ano nos índices de participação nestas eleições por comparação, por exemplo, com as eleições Europeias.
Assim já sabemos que o "povo" irá votar a 9 de Outubro.
Mas por que não muda o "povo"? Sabemos que as condições sociais, de vida, de urbanidade, se têm vindo a degradar. Mas por que não utiliza, este "povo", os três papéis que lhe são dados na assembleia de voto para mudar? Por que irá este povo manter (e reforçar nalguns casos) os Valentins, as Fátimas, as Damascenos, os Isaltinos e os Ferreira Torres, que impunemente se pavoneiam pelas feiras e mercados deste país?
Por que o "povo" trabalha e depende das Câmaras Municipais, directa ou indirectamente, sendo "este povo" na maior parte das vezes favorável a que nada mude e, mais do que "os políticos", responsável pelo estado a que tudo isto chegou. As verdadeiras mudanças políticas são geradas a partir desse "povo" que trabalha ou depende das autarquias, é a ele que temos de apelar.
Por isso, tenho a mais firme convicção, que a verdadeira campanha autárquica tem de ser feita dentro das Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia e não nas feiras e mercados.