RandomBlog
OK. É definitivo agora que o Randomblog estava a ser mais lido (no mês de Outubro de 2005 foi o mês em que teve mais acessos, desde Agosto de 2003), mudo-me para o
Randomblog02, embora ainda queira melhorar a página. Abraços a quem por cá passou, e quem quiser continuar a passar, esperando que continuem a ir dar uma olhadela para o novo site. Aos
bloggers solidários, peço-vos que alterem o link para:
http://rb02.blogspot.com
Alguém que prenda este incendiário!
Tenho vindo a dar alguns toques no
novo site. Se houver sugestões é só dizer...
Por agora ainda não é o que se deseja que venha a ser, por isso ainda estou por aqui.
"(...) porque Cavaco simboliza aquilo que mais náuseas me provoca: a banalização de tudo, o sucesso ranhoso e vazio, o atropelo dos valores e das pessoas, o autoritarismo descabelado, a demagogia, o nacional-carreirismo e os favores, a aldrabice e a cunha, a indiferença, o elogio da pirosice, a ignorância e a escandalosa nulidade cultural, etc, etc..."Al berto, "NEM MAIS - jornal do movimento de jovens apoiantes incondicionais de sampaio", 1995
Uma história da minha rua
Actualmente habito num bairro degradado no centro de Lisboa, freguesia da Pena. A minha rua não é uma rua, mas uma travessa, sem saída. Há alguns dias duas viaturas da polícia entraram na minha rua e pararam o automóvel, dirigindo-se a correr e a pé para um edifício que não conseguia ver. Os vizinhos, tal como eu, aproximavam-se de uma forma discreta, das janelas. Passado quinze minutos os polícias recolhem aos automóveis e começam a recuar de marcha a trás. Imediatamente saem para a rua as crianças que usualmente ali brincam e assumem a reconquista da rua. Acabou, NÃO! Com a reconquista da rua é disparada uma música de uma qualquer janela.
A minha rua é habitada por velhos residentes de Lisboa (há mais de 50 anos), prostitutas novas e reformadas, emigrantes indianos, chineses e de países africanos, passadores de droga... População marginalizada e que vê na polícia um factor de insegurança.
Dizer, como Marcelo Rebelo de Sousa disse, que o que se passa em França é uma situação específica desse país, é não se perceber que a cidade é um elemento complexo que reflecte a sociedade em que se vive. É óbvio que cada contexto urbano tem especificidades, mas a globalização do sistema capitalista, da crise, do desemprego, das marginalizações, leva a este tipo de reacções incontroláveis.
Não sou dos que pensa que estes movimentos podem ter um carácter revolucionário e transformador. Mas a sua génese, embora reaccionária (no sentido de ser uma reacção) é profundamente anti-capitalista e por isso interessante de seguir.
La Haine
Para ajudar a compreender o que se passa em França:
Windows Media PlayerQuicktime... e já agora aqui fica o
blog de Mathieu Kassovitz
Ainda está a levedar, sem comentários disponíveis, etc... Para já é mais um blog anti-Cavaco.
RandomBlog02
Muitos blogues já o anunciaram mas aqui fica sem comentários:
1 de Outubro de 1995 | A primeira derrota eleitoral de Cavaco
"Portugal acorda hoje como um país muito diferente", assim começava o editorial do "Público" do dia 2 de Outubro, escrito pelo seu director Vicente Jorge Silva, mais tarde deputado do PS e Blogger do Causa Nossa. Na primeira pasta, o "Público" desenhava a nova configuração da Assembleia da República na qual PS e PCP/PEV, com quatro deputados ainda por apurar, somavam 55,75% dos votos.
O PS, em comparação com os resultados de 1991, tinha mais 900 mil votos e não chegava à maioria absoluta, o PSD (de Fernando Nogueira) perdia quase um milhão de votos e o PP tinha um resultado histórico à custa do PSD passando a ser a terceira força em número de votos (mais 250 mil). O PCP-PEV não sofria tanto com o voto útil no PS como as sondagens haviam prognosticado, mas continuava a descida em número de votantes (menos 1000) e deputados (menos 2 deputados). O PSR, ao contrário do que diziam as sondagens, inclusivamente, as da noite eleitoral, não elegia mais uma vez, Francisco Louçã, perdendo quase metade dos seus votantes (menos 30 mil votos).
Era há dez anos, e na TSF os resultados iam sendo comentados por Teresa Sousa, Carlos Magno e Marcelo Rebelo de Sousa. Foi aquele famoso ano em que a SIC se adiantou a todos, revelando às 18h24 ainda com o acto eleitoral a decorrer, que Guterres havia ganho.
No dia 2 de Outubro acordávamos mais livres. Cavaco embora se tivesse escondido por trás de um tabú, tinha perdido pela primeira vez.
No PSD começava o tiroteio em que se pedia a cabeça de Fernando Nogueira e, Durão Barroso, apelava à candidatura de Cavaco à Presidência da República. Um actor, daqueles que dez anos depois nunca mais ouvimos falar - Ribeiro da Silva, preidente da distrital de Braga do PSD de acordo com o Público "íntimo de Eurico de Melo", colocava-se ao lado do líder, dizendo "Tenho umas coisas a dizer ao prof. Cavaco Silva, mas vou dizê-las a sós". Já então Cavaco havia prejudicado o seu partido em prol da sua estratégia pessoal.
Estamos em boas mãos | Com estes dois senhores podemos dormir descansados
Novo
blogue do Rui Tavares, ex-
Barnabé, que um dia me foi apresentado como "
o Barnabé que pensa antes de escrever".
O dia mais longo de Dias Loureiro | Re-mataria
Passavam poucos minutos das cinco da manhã quando o telefone tocou. Do outro lado, um comandante da GNR avisava que a Ponte 25 de Abril estava bloqueada. Centenas de cidadãos barricaram-se em protesto pelo aumento das portagens. Dias Loureiro, na altura Ministro da Administração Interna, começava assim o dia mais longo da sua vida profissional. «Foram momentos dramáticos. É complicado tomar a decisão de avançar com a força, nunca se sabe o que vai acontecer. Foi, sem sombra de dúvida, o dia mais difícil da minha carreira» assegura o homem que, há 12 anos, enfrentou o bloqueio da ponte. E que hoje, garante, «faria tudo igual».
O então ministro de Cavaco Silva passou grande parte desse dia 21 de Junho de 1994 «sozinho». Entrou no gabinete às seis da manhã e ordenou que se mobilizasse um camião grua, o único meio capaz de retirar os camiões da ponte. «Mas a grua estava em Tancos e era impossível chegar antes das 15 horas». Entretanto, as filas de trânsito atingiam dimensões históricas, milhares de pessoas estavam impedidas de chegar ou sair da capital. E o primeiro-ministro estava fora do país. «Convidei outro ministro(*) para me acompanhar numa visita ao local, mas ele não aceitou», lembra Dias Loureiro, que aterrou no largo das portagens por volta das 10 horas. «Deixei claro que o Governo não ia conversar, queriamos a ponte desimpedida». Mas ninguém arredou pé. O ministro voltou para o ministério. «Foi a fase mais complicada do dia. Proibi que me dessem notícias para que o ruído não interferisse na minha decisão». Antes de avançar, falou com o Presidente da República, mas Mário Soares defendeu o direito à indignação. «A sua posição isolou-me», diz.
Acabaram por sair a mal. «Por volta das três da tarde, actuámos mesmo e as coisas compuseram-se», é como Dias Loureiro resume os confrontos entre manifestantes e polícia. No final, um rapaz ficou paraplégico, mas «as coisas podiam ter sido mais graves». Quando chegou a casa, Dias Loureiro tomou um banho e deitou-se, «com a sensação de que tinha feito aquilo que devia fazer», remata.
(*) Ferreira do Amaral
in Público, Suplemento
DIAD, 31.10.2005
Havana, CUBA - Setembro de 1963, ENCONTRO DE ESTUDANTES DE ARQUITECTURA DA UNIÃO INTERNACIONAL DOS ARQUITECTOS | Sobre o Ser Político
"O arquitecto, como todo o profissional, é um homem e está dentro da sociedade. Pode reunir-se em organismos internacionais apolíticos - e é correcto que assim seja - para manter a convivência e a coexistência pacífica, mas dizer como homem que se é apolítico, é coisa que não entendo.
Ser apolítico é estar de costas para todos os movimentos do mundo, estar de costas para quem vai ser presidente ou mandatário da nação de que se trate, é estar de costas para a construção da sociedade, ou para a luta para que a nova sociedade para que se aponta não surja. Em qualquer dos casos é-se político. Um homem na sociedade moderna é político por natureza."
CHE GUEVARA, Ernesto (1964), "
Hasta Siempre - Obras Escolhidas", Hugin Editores, Janeiro de 1998.